sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Você me entende

VOCÊ ME ENTENDE
(Alexandre Machado - Agosto de 1987)
















Não adianta mais cantar
se não existe neste mundo
palavra que possa exprimir você
Estrela
mil anos-luz daqui
sereia a me seduzir.

Você chegou de um mundo todo azul
dizendo coisas que ninguém pode entender
mas no silêncio eu te fiz compreender
senti meu coração pulsar igual ao seu...

Não adianta mais chorar
quando alguém te faz feliz
é só viajar no seu mundo e ver
no espelho
do brilho do olhar
seu rosto a se refletir.

E se você percebe algo no ar
seu pensamento me encontra em algum lugar
e o que eu sinto eu nem sei como dizer
mas você me entende...
Você me entende.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Rosa Negra



Este quase-acróstico foi feito pra uma garota da minha escola, quando eu estudava no Colégio Padre Butinhá. Certo dia, ela me disse, conversando sobre o Vinícius de Moraes, que o poeta era o branco mais preto que havia no Brasil. Patrícia não era negra, mas, depois daquela conversa, minha imaginação muito fértil transferiu para ela o status de "a branquinha mais negra" que eu conhecia. Nem preciso dizer que, naquela época, ela era minha paixão, né?! Mais do que apaixonado, talvez... Foi por causa dela e de toda a influência que ela teve sobre o meu coração, que eu aprendi a gostar da bossa nova, do samba, do Vinícius, do Chico Buarque, do Caetano, MPB, de música boa, de dança, poesia, da arte em geral. Por causa dela, passei dias e noites escrevendo poemas, naquele final de ano em 1980. Pouco mais tarde, eu já estudando no CEFET e tão volúvel como a água do meu signo Escorpião, acabei "esquecendo" a Patrícia, mas não o suficiente para tirar dela o posto de melhor musa que eu já tive. E foi por essa consciência de ser escravo daquele amor já passado, por uma menina "branca na pele, mas negra na alma", que eu escrevi "Rosa Negra", que apesar de simples, tem um significado muito grande pra mim.